Em outubro de 2006, publiquei de forma independente, um livro de poesias (por favor, não ria; bem, pode rir, mas não gargalhe). Era A Torre da Derrota. Eis algumas poesias (?!) que não entraram no livro (espécie de "sobras de estúdio", talvez?):
SÍNDROME DE BORDER LINE
Cuidado com as linhas, com as fronteiras intangíveis;
Um passo em falso e você esquecerá de onde veio.
Hoje é só mais um dia daqueles...
Em que eu me sinto um outro, um alienígena.
Olho para a frente e só vejo neblina espessa.
Olho para trás e a trilha de rastros se apagou...
E agora? Será que já ultrapassei a zona de risco?
Eu não sei, eu não consigo me localizar...
O pior não é esta sensação de estar terrivelmente atrasado.
O ruim não é sentir como se tivesse perdido a melhor parte.
Mas sim, é a incerteza de saber qual lado é o mais correto
E não ter convicção de qual cenário é falso, o de lá ou o de cá...
Toda lucidez em excesso conduz à insanidade.
Toda insanidade insuficiente produz novos robôs de sangue quente...
Não há escape quando um passado que não é o seu vem buscá-lo.
E então você atinge a borda do precipício...
E caminha para a frente, achando que está recuando...
E ri de si mesmo, mas na verdade está chorando...
E pensa que é o mais lúcido, mas na verdade é o mais doente...
E mesmo assim vence, apesar do abismo proclamar vitória.
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